segunda-feira, outubro 13, 2008

sob o luar


No luar da noite
Eu entreguei-te o meu corpo
Numa floresta virgem
Que os nossos nomes gritava.

Sem esperar nada em troca,
Passei-te a mão na cara e fechei os olhos.
Levaste-me junto a ti para lado nenhum
E assim fomos para muito longe.

As árvores respiravam connosco
Em uníssonos suspiros
Que ignoravam o tempo
E me faziam querer-te mais.

As estrelas não estavam só no céu,
Tinham descido à terra,
E assim nos viram,
A fundirmo-nos um no outro.

domingo, outubro 05, 2008

...

Não há talento nas minhas palavras,
Nem sei onde os outros o encontram.
Talvez nas profundezas deles mesmos,
Ou quem sabe nos olhos toldados
Por uma remota esperança na juventude.
Até pode ser belo, mas e se for?
É triste. Por isso não devia ser belo.
Cada gota de tinta de cada letra escrita,
Expressa gotas de lágrimas não escorridas.
E toda a dor fica numa caixa retida.
Uma caixa de recordações
Que qu transporto comigo.
Com ela viajo para longe, e à custa disso,
Sei que o tempo é inútil, a distância irrelevante.