sábado, abril 05, 2008

calmo pecador


Calma, tal maré que embala
As suas naus amadas
Com mil beijos no casco.
Navegando eu vou
Neste mar só meu!
Não tenho medo.
Não tenho pressa.
Sofro da serenidade
Dos dias de céu azul,
E soalheiro, da sua brisa suave
Que me acaricia o corpo.

Vento divino que me rodeia.
Divina não sou,
Nem quero ser.
Corta-me a respiração
Os momentos de terríveis,
Impuros prazeres.
E eu já nem respiro.
Vivo pela graça dos pecadores
Que em paz o são.

Mendigo da esquina,
Rosto da fama.
Somos um só.
Os dois um santificado pecador
Puro de pecados.
E de pecados puros.

3 comentários:

Carla disse...

Claúdia
gosto da intensidade da escrita, menina-mulher
bom domingo

literatura disse...

Bom poema! Contém muita clareza de pensamentos que o inspiraram.
A nossa vida é um navegar constante neste Universo infinito, sempre rumo ao futuro, o qual desejamos seja cheio de amor e mais amor.

Beijos

Nilson Barcelli disse...

"Sofro da serenidade
Dos dias de céu azul,"

Todo o poema é bom, mas esta parte, quanto a mim, é a melhor conseguida.

O que é pecado, afinal...?
Eu não sei...

Bom resto de semana, beijinhos.